domingo, 14 de setembro de 2014

Aaaaaah o verao! 8DDDD Verao significa piscina, praia, mais festas, mais rua. Nao tem nada que te impeca de ser feliz e bronzeada (ate aprende a gostar de banho de sol). Ferias. A viagem mais maravilhosa da tua vida. Assim que as ferias terminam, todo mundo sabe que alem das criancas voltarem pra rotina, a gente volta tambem. Comeca a esfriar e que logo vai ter neve por tudo e ficar uma merda mas se pensar positivo, da pra continuar usando shorts ate novembro ainda, pra fingir que o verao ta de pe.

E como tudo na vida chega ao fim, junto com o final das minhas ferias vieram a papelada pra escolha da nova aupair da familia, e do meu voo de volta pra casa. Eh engracado por que eu tinha certeza dos meus planos desde o comeco, minha lista de coisas pra fazer nesses 1 ano e 9 meses que ate incluia passar as duas ultimas semanas sentada sem fazer nada ja que a nova aupair vai estar na casa. Mas esses papeis me fizeram pensar.

Durante o ano eu fiz e refiz a lista de coisas que eu queria ver, fazer, comer, comprar. Passei meses contando moedinha. Fazendo 10x a conta de quanto dinheiro precisava pra tal viagem, dor de cabeca planejando sem saber como as coisas iam ser no lugar. Felizmente todas as contas deram certo, valeu a pena passar horas contando o numero de semanas x dinheiro ganho e nem foi tao dificil assim afinal. Aprendi a organizar meu tempo e dinheiro, fazer planos de longo prazo. Me virar sozinha. Entrar num aviao e tirar foto na frente das coisas bonitas eh facil, dificil eh catar o onibus certo (pq taxi eh caro!), chegar em tempo no aeroporto, nao gastar dinheiro com bobagem, comer pao com presunto e queijo e banana por 4 dias. E sabe o que mais? Se eu tiver que contar das minhas experiencias, eu vou falar dessas coisas e me exibir. Dias a base de barrinha de ceral, dormir em lugares terriveis, uma hora de onibus pra chegar nos lugares sao os meus trofeus. Foi assim que eu consegui visitar 12 estados e ver coisas que nem eu imaginava um dia ver.

Uma vez que eu ja fui onde eu queria ir e ja fazem um ano e meio que nao volto pra casa, ta na hora de voltar. Ja ate comecei mentalmente fazer a lista de coisas que vao na mala, tentar imaginar se vai caber tudo, quantas malas serao necessarias,... Numa passada de olho rapidinha pelas tralhas que eu arrecadei aqui (tipo 10 canecas de festivais, colares coloridos, tiara de feliz ano novo,..) eu lembrei das coisas que eu nao vou poder levar na minha mala. As pessoas que construiram as memorias que eu tenho de cada uma dessas coisas vao ficar aqui, ou vao embora tambem. Sem contar os que ja foram. Como tu simplesmente diz tchau pra familia que te acolheu, pras criancas que tu aprendeu a amar apesar de tudo? E todas aquelas pessoas que passaram quase 2 anos contigo, compartilhando reclamacoes, choros, saudades que alem de amigos foram a tua familia por muito tempo? A gente quase nem fala disso, tem certeza que vai manter o contato, mesmo todo mundo sabendo que a distancia dificulta e ninguem sabe como vao estar as coisas. Nao se diz tchau pra esse tipo de gente. Aprendi a ser amiga, ajudar e amar gente muito diferente de mim e isso tambem me fez crescer. Eh tipo saber que as tuas amigas que estavam contigo nas tuas maiores aventuras, nao vao poder te ajudar a contar sobre elas. Como eu vou deixar tudo isso pra traz?

Querendo ou nao, preparado ou nao. A data de volta ja foi escolhida. Eh claro que depois de tanto tempo, alem de sentir falta de comidas, comeca a fazer falta a liberdade de passar o dia de pijama ou de gritar que nao tem nada de bom pra comer. Eu mal posso esperar pra ver minha familia de novo, impossivel nao planejar a volta, quem visitar primeiro. Como nao sentir saudades dos avos quando passa por velinhos por ai? Da saudade de fazer ate coisa que eu nem gosto. Eu planejei, fiz tudo que eu pude e eu sei que ta na hora de voltar pra minha vida real. Amar as criancas nao significa que eu goste de ser baba. Apesar de eu amar esse lugar, minha vida nao ta aqui. Saber o que eu quero facilita.

Parece que foi ontem que eu peguei meu primeiro aviao e ja ta na hora de voltar. Eu estou indo pra casa imensamente feliz e realizada. Vou deixar a saudade dos Estados Unidos, das criancas, das minhas amigas doer depois, quando for hora. Eu sei das pessoas maravilhosas que estao me esperando na outra ponta! Apesar de eu morrer de ciumes vendo as criancas falarem da nova aupair, eu sei que nao quero cuidar delas pra sempre. Eh diferente dar tchau quando tu sabe que eh temporario. Dar tchau sem saber se um dia vai se encontrar de novo eh bem diferente.

Todas essas coisas estao correndo loucamente pela minha cabeca, desde a manha ate a hora de dormir. Parece que vai ser assim pelos proximos 4 meses. E eu ainda nao decidi se quero que passe rapido ou nao.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Como eu me sinto quando...

Eu estou aqui, completando 6 meses de vida na 'merica, de pizza ruim, novas ideias, teclado sem acento, novas amizade, sotaque paulista e de muito mais coisa, mas o importante mesmo eh o sentimento de AWESOME diario.

Tudo comeca quando o programa de Au Pair in America cabe no bolso, comeca a preencher a papelada com muita dedicacao e pressa de viajar. A visao de viajar ainda assusta e eu nao fazia ideia do que isso podia um dia significar pra mim. Quase tudo pronto, falta so o video. Em ingles. Pensando bem, um ano eh muito. Nao, vamos la, it's ok. Fiz o video, ufa. So ficar online! Falar com as familias! Em ingles. Por Skype. Ai meu deus, falar em ingles! Eu nao vou conseguir. Ok, vou tentar. Primeira familia, nervosismo, ingles travado. Talvez nao seja a hora, eu nao vou conseguir. Chorei pela primeira vez. Mas os amigos dao aquele empurrao tipo "Vamooo guriaa, foco na proxima, tu consegue!' e claro, funciona. Prepara, estuda, mais uma familia e outra e outra e de repente um "so, are you coming?". Em um mes, visto em maos, malas prontas, despedidas.

As coisas continuam sem muito sentido, ate a noite antes da viagem, a ultima em casa. Eu entendi o tamanho de um ano, ficar longe do cachorro (do cachorro!!!), da familia, dos amigos, da minha cama..Chora de novo, mais de medo que de qualquer outra coisa.

Primeiro aviao. primeira noite fora de casa e no aeroporto. Adormeci porque cansei de chorar. E o choro era mesclado de medo, ansiedade, alegria. Como um tapa na cara, eu entendi o que eu tava fazendo. Segundo aviao. New York! Nao pera.. SIM! Eh NY, eu to com sono, com fome e no dia seguinte tem que acordar as 6 da manha. Podia ta melhor. 4 dias no hotel, orientacoes, passeio rapido por NY, novas melhores amigas de infancia. Ok, mas eu continuo com sono. Garganta doendo como nunca e ta na hora de ir pra casa mas nao eh a minha. E o sentimento eh que ja posso posso chamar a nova casa de minha, afinal, vai ter que ser.

Primeiro contato, todo mundo sem jeito, ansioso, ninguem sabe o que dizer ou fazer, mas com um esforco enorme pra todo mundo se sentir bem. Ja sabia que ia dar certo, tinha uma cama grande e quentinha me esperando!

Me senti em casa muito rapido. Totalmente perdida na cidade. Mas com a ajuda da familia pra tudo, me apresentaram a cidade, mercados, escolas, metro. Mais ou menos depois de um mes aqui ja tinha conhecido um pouco de Washington DC, e redondezas. Primeiras amizades, passeios. Quando menos esperei, tavam saindo sozinha, reconhecendo enderecos, com carteira de motorista da Virginia ao inves de me identificar com o passaporte. Mais que nunca, eu tava em casa.

A saudade de casa, dos amigos, da Biju (da Biju!!) eh muito grande. O Skype com a familia reunida pro churrasco de domingo, a janta com todo mundo na mesa todo dia, as novidades das amigas, a comida da mae, os colos, os abracos. Demora pra ganhar um abraco bem sincero depois que chega aqui. Doi, eu chorei muitas vezes so com um "bom dia" de alguem de casa num domingo de manha. Chorei e choro, as vezes de cansada, as vezes de triste, de saudade, sem hora especifica. Minha familia passou pela pior coisa que eu podia imaginar acontecer e eu aqui longe. Isso nao eh a coisa mais facil do mundo de se lidar, mas estranho estar tao longe de casa, sentir saudades, ter a opcao de voltar e optar por ficar. O que eu to experimentando aqui, vivendo aqui, vale cada lagrima e cada aperto no coracao. Lidar com a saudade eh um dos aprendizados mais importantes.

O mundo parece menor agora, em contraponto com a minha mente e meu coracao, que estao cada vez maiores. Eu nao consigo colocar em palavras o que se aprende vivendo numa cultura diferente. Aprendi sobre a minha cultura, aprendi sobre mim.

Tenho mais um ano e 3 meses pra aproveitar, mas o tempo voa. Parece que foi ontem que cheguei aqui com a garganta inflamada, vergonha de falar em publico, insegura. Nao ha nada no mundo que nao se aproxime com Skype, facebook, telefone. Nao tem nada melhor no mundo que se sentir orgulhosa e feliz e ver as pessoas que tu gosta sentindo o mesmo por ti. Eu sempre digo, nao sabia que esse era meu sonho ate que eu cheguei aqui

Entao o programa de intercambio que cabia no bolso, esta cabendo no coracao. Feliz 6 meses de vida nova pra mim e que eu tenha tempo e dinheiro pra aproveitar devidamente os meses mais que tenho aqui, amem!


Eh facil se sentir bem aqui, sentir orgulho de estar aqui, vestir as cores. Ja eh parte de mim! :)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A Despedida



Como diria Vera Loca "os livros são seus; os discos são meus". Mas vou ficar com os livros, se não se importar. Quero ter livros de todos os cheiros, os novos, os velhos, os amarelos e os que me fazem espirrar de tão velhos. Quero também pedir algumas desculpas antes de ir. Primeiramente às pessoas que me encontraram na rua em dias de chuva e levaram uma guarda-chuvada, quero me desculpar dizendo que é muito difícil carregar a bagagem física, mais todo o mundo subjetivo que eu criei e que está em fase de crescimento permanente. Ainda bem. Eu sei da minha dificuldade de desligamento com a infância, mas devo observar que isso só tem me trazido alegrias, aniversários temáticos, cor e um mundo paralelo onde eu mando cortar a cabeça de quem descumpre minhas ordens. Desculpem - me também pelos meus ataques de organização, mas é tão óbvio que as coisas funcionam melhor quando estão em ordem. Principalmente na minha ordem. Desculpem, meus amigos, pela frieza que lido com assuntos que envolvam coração e cabeça desobedientes, pernas trêmulas e vontade de sair gritando como um louco. Já disse que não entendo, e apesar de me desculpar, sabem que dificilmente irei aceitar tais crises em público, especialmente na presença do causador de tais sensações. Espero que entendam os dias inteiros que passo em casa, sem vontade de contato humano. Entendam que vida tem mudado, sinto como se me renovasse, um upload de mim mesma, diariamente. Contudo para me organizar preciso roubar um tempinho para tentar por em ordem as minhas listas mentais. Parece que este tempo não será mais necessário agora. Como muitas outras coisas não serão. A desordem que se instala não é só pela falta de motivação, é acumulo de ideia, de lágrimas. Isso também não será necessário. Ponto de partida novo, novos vazios pelas escolhas, novas curiosidades para ocupar o lugar. São as maravilhas de que somos feitos. Sempre sobra um pouquinho de história mal resolvida, infelizmente a despedida nunca é completa. Ou felizmente. Seria uma pena ter que me abandonar sem levar nem um pouco embalado pra viagem.

(Vai ser um) Feliz Ano Novo

Positivismo! O pessoal reggae power adora. Mas tem horas que fica bem difícil e olha que eu sou uma pessoa que don't give a fuck é quase bordão. Manter o sorriso, levar na esportiva, take it easy. Bem fácil quando o barquinho vai indo no ritmo esperado tudo sob controle. O problema é quando tu resolve assumir um caminho diferente, todas as consequências que vem junto e atingem em cheio o barquinho praticamente estraçalhando e transformando a total segurança em um pedaço de madeira que mal dá pra se manter firme. Esta é a parte bacana, momento de tomar posse do que foi escolhido e de saber se valeu a pena ou se a nova construção vai te levar pelo caminho de sempre, surgindo o resultado de sempre. Mas a vida level hard, o difícil mesmo de manter a bandeirinha da alegria de pé é quando a escolha do medo e da insegurança não é feita por ti, por mim. São atiradas na gente pelo Destino. Coisa triste ter que começar o ano com uma martelada na cabeça. É o mundo dizendo "sentem ai humanos de merda, vejam o que você são" e a gente com cara de babaca sem argumento só assiste o que a gente é capaz de fazer e aguentar. Dizem por ai que quando se quebra um prato se libera energia ruim e essa me parece uma boa explicação pra esse ano. Sim, ótima explicação, inclusive com ela dá pra erguer a bandeirinha da vontade de viver bem do ladinho da da alegria. Bombas. Uma atrás da outra. Até notícia boa foi tensa nesse pequeno pedaço de ano novo. Tudo isso segundo a teoria de que pratos (vidros em geral) quando se quebram levam junto o azar do desastrado, parece bem razoável e nos permite até esperar um ano brilhante. Olha só, um jeito bem positivista de salvar o ano. Até porque se não for assim, é capaz de passar despercebido tudo que está dando certo e as voltas que a vida dá.

Pic: Across the Universe

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu vivo dizendo que as pessoas precisam estar sempre abertas à novas ideias blabla abrir o leque de preferencias e aceitar toda forma de expressão artística blabla em especial sobre música blabla mas de repente sinto uma falta de rock.
Logo quem sente falta de rock. Aquela que tem no playlist Katy Perry, Lady Gaga, Mika e bá, claro que sente falta de rock. O que faz falta é o espirito rock. Porque as pessoas só entram em transe com a música nos shows cover de Doors, quer dizer, cade o espirito rock que toma o controle do corpo com qualquer que seja o rock que esteja tocando, afinal é rock. E não precisa ouvir só rock'n'roll pra que isso aconteça. Gostava de ir a lugares onde o pessoal se unia pelo mesmo gosto musical, se não totalmente em comum, boa parte e o que não era tão comum assim não importava. O clima era rock, era bom. É gente de all star e camiseta, como se fosse (e era.) uma festa entre amigos em uma casa familiar a todos. É a simplicidade complexa do rock que as pessoas nunca entenderam e que tem sumido. Vamos lá gente, por pra fora esse rock'n'roll todo, ver a vida mais simples, em escalas de cinza no meio de todo esse colorido falso que tem por ai, mais alegria de se reunir onde quer que seja ouvindo música. Ouvindo Rock, seja qual for.



domingo, 27 de maio de 2012

Não sei exatamente qual a minha filosofia, mas penso que não posso estar tão verde e com antenas assim. Não dá pra acreditar no que as pessoas são capazes de se apegar e chamar de vital. Ok que eu sou a pessoa mais atrasada do mundo. Talvez a mais verde com antenas, mas bom senso me parece continuar sendo o mesmo. O mundo parece estar desesperado por um amor que não existe. Não são eles que não valem nada. São as pessoas procurando coisas erradas em lugares errados e se apegando como se isso fosse o que realmente quisessem. Ou é, talvez. Mas, por favor, não me peçam pra fazer parte disso. To sem lentes vermelhas-para-ver-a-vida e, não obrigado, não quero usá-las. Muito provavelmente minhas antenas estão atrapalhando a minha visão para algo que todo mundo parece ver e eu não encontro sentido. Enquanto isso o pessoal frustrado vai continuar vivendo e escondendo as antenas verdes que tem na cabeça.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Não sei se ando tão presa em mim ou se o problema é essa cidade com complexo de inferioridade que faz a gente se acumular dentro de si mesmo. Aqui no meio de tanto barulho, estou tentando colocar pra fora algo que ferve e tem me queimado todos os dias em que espero por uma autorização para usar espaço publico com o meu complexo sentimentalista que, quanto menos se espera, surge. Queria ouvir o barulho do mar. Mas só ele. O barulho ou o silencio, tanto faz. Dispenso tua voz e teus assuntos velhos que já ouvi milhões de vezes e que lembram que eu não tenho com o que substituir dentro do meu mundinho sem espaço para formalidades. Para quem implorou tranquilidade durante o brinde de ano novo, estou cheia de vontades imediatistas, sedenta por novidades e por equilíbrio. Esse tédio está me matando, logo na primeira vez que alguém resolve ouvir o que eu digo com o coração.