segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Começou com uma cosquinha bem de leve, no ladinho. Passou uns dias e ela sentiu novamente. Cosquinha parecida com a que as borboletas fazem quando pousam no nariz dela, quando deita na grama no domingo pra olhar os desenhos nas nuvens. Dia a dia a cosquinha na barriga aumentava, parecia com a das borboletas mas maior, bem maior e agora não mais só no ladinho, era pela barriga toda e não demoraria para tomar conta do corpo todo tambem. As sensações de satisfação, felicidade e coisas que ela nem lembrava mais, se faziam sentir toda vez que as cosquinhas apareciam. Cada vez mais frequentes. E intensas. Ela até ficou com medo algumas vezes mas adorava. Em um domingo preguiçoso em que observava uma árvore no jardim, percebeu que conforme o vento batia nela, mexia os galhos e ela podia sentir isso. Exatamente no mesmo ritmo dos galhos da árvore ela sentia cosquinhas. Aquele vento que trazia tantas lembranças e perfumes, era o mesmo vento que fazia balançar os galhos da árvore que havia nascido dentro dela sem nenhuma explicação. A árvore estava cada vez mais segura e ela estava gostando cada vez mais disso tudo.

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