quinta-feira, 28 de julho de 2011
that's not my name
Enquanto a bola de neve vai rodando montanha a baixo juntando tudo que tem pela frente, me parece besteira se importar com o que ela vem trazendo antes de se chocar contra mim. Quero mesmo é saber o que vai ser quando chegar lá em baixo. Empurro a bola com toda a força, imagino o caminho que gostaria que ela realizasse e desço correndo dando tapinhas de leve para que ela não se perca do meu objetivo e espero que ela complete boa parte dele sem o meu esforço. Gosto de resultados rápidos, porque tenho medo de não alcançar o objetivo por incapacidade. Ninguém sabe como a bola vai chegar lá em baixo, eu vou correndo ao lado tentando facilitar as coisas para a bola e para mim. O exercício me faz parece incapaz comparado ao das outras pessoas que vem empurrando as suas bolinhas de neve perfeitamente em linha reta morro acima, dando a vida para isso. E eu aqui, correndo com a minha bola enorme toda torta, formada por galhos e restos de outras bolas, com grandes chances que tropeçar e cair dentro da minha coisa que rola já sem formato específico. Chego ao pé da montanha e recebo o que construí pelo caminho: um monte de neve. Não me vejo nessa personalidade que seria capaz de construir uma bola de neve vazia, pelo menos alguns amigos no caminho eu teria feito, ou não? Juntar toda a insignificancia da bola de neve cheia de nada pra começar a bola que subirá a montanha e chegará ao objetivo de verdade. Aquele que a bola vazia me fez correr pro lado contrario, confundindo o real objetivo, os valores e o lugar de começar.
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