quinta-feira, 28 de julho de 2011

that's not my name

Enquanto a bola de neve vai rodando montanha a baixo juntando tudo que tem pela frente, me parece besteira se importar com o que ela vem trazendo antes de se chocar contra mim. Quero mesmo é saber o que vai ser quando chegar lá em baixo. Empurro a bola com toda a força, imagino o caminho que gostaria que ela realizasse e desço correndo dando tapinhas de leve para que ela não se perca do meu objetivo e espero que ela complete boa parte dele sem o meu esforço. Gosto de resultados rápidos, porque tenho medo de não alcançar o objetivo por incapacidade. Ninguém sabe como a bola vai chegar lá em baixo, eu vou correndo ao lado tentando facilitar as coisas para a bola e para mim. O exercício me faz parece incapaz comparado ao das outras pessoas que vem empurrando as suas bolinhas de neve perfeitamente em linha reta morro acima, dando a vida para isso. E eu aqui, correndo com a minha bola enorme toda torta, formada por galhos e restos de outras bolas, com grandes chances que tropeçar e cair dentro da minha coisa que rola já sem formato específico. Chego ao pé da montanha e recebo o que construí pelo caminho: um monte de neve. Não me vejo nessa personalidade que seria capaz de construir uma bola de neve vazia, pelo menos alguns amigos no caminho eu teria feito, ou não? Juntar toda a insignificancia da bola de neve cheia de nada pra começar a bola que subirá a montanha e chegará ao objetivo de verdade. Aquele que a bola vazia me fez correr pro lado contrario, confundindo o real objetivo, os valores e o lugar de começar.

domingo, 24 de julho de 2011

Música pra tudo e pra todos. Aquelas músicas com nome, sobrenome e cheiro. Músicas que, dependendo do horário, me teletransportam pra uma lembrança quase escondida e apagada e me fazem reviver cada calor do momento. Dias alegres me levam a dançar qualquer ruido, sons que, em outros momentos, me fariam enfiar a cabeça no travesseiro até me sentir dentro dele. Dias em que a música do progama de domingo a tarde dá a sensação de que algo mais virá nesse dia tedioso, lembrando algum domingo que algo o preenchia e deixava a música do progama de fundo, insignificante. Noites que a música de ninar tem que ser algo similar a Pantera, e outras que só as propagandas do intervalo comercial das rádios é o suficiente para embalar os pensamentos que correm loucamente (ou lentamente, torturando). Horas que nenhuma serve, fazendo com que eu passe uma por uma das milhares e milhares de músicas e pense -onde estão as músicas boas dessa porcaria de computador? As que fazem parte do dia e da noite. Quem sabe eu podia parar de trazer as letras e melodias pra vida tão real. Eu enxergo as melodias caminhando em forma de pessoas pelas ruas arrastando as letras atrás de si, algumas tão familiares que trazem a letra enrolada na sua forma humana, escritas pelos braços, pernas e testas. Quem sabe deixar as músicas só sendo simpáticas aos ouvidos e boas para dançar, não? Não, eu pelo menos não consigo.